sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Descaso público

Notícia:

'É revoltante', diz grávida na BA sobre clínicas fechadas por greve no SUS.
"Paralisação vai até o dia 31 e cerca de 300 clínicas devem ser afetadas. No estado, médicos param por um dia e somente emergências funcionam".

Clínicas que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Salvador amanheceram fechadas na manhã desta terça-feira (25). Nas unidades, faixas e avisos informavam aos pacientes sobre a paralisação da categoria, prevista para durar até a próxima segunda-feira (31). Marcelo Britto, presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB), explica que a paralisação na capital se deu por conta de um redirecionamento de recursos por parte da Secretaria de Saúde. “Fomos informados que parte dos recursos destinados às clínicas seriam repassados ao Hospital das Clínicas e que, por isso, as clínicas ficariam sem receber”, aponta.
De acordo com Britto, a paralisação deve afetar as atividades em 300 clínicas na capital, totalizando o atendimento a cerca de 40 mil pacientes por dia, como foi o caso das futuras mães Poliana Mendes Ferreira, de 19 anos, e Simone Brandão Amorim, de 22 anos. Ambas estão grávidas e foram na clínica Clirba, no bairro do Rio Vermelho, onde fazem exames do pré-natal para os filhos. “Eu vim de Cajazeiras, mais de uma hora de trânsito até aqui, e quando chego me deparo somente com uma placa informando quase nada. É revoltante”, avalia Poliana, grávida de seis meses, que espera pelo filho Davi. “Eu tenho de pegar o resultado dos meus exames que estão aí”, reclama Simone, grávida de dois meses. Na clínica, um cartaz avisava aos clientes sobre a paralisação.
Em Salvador, as clínicas são filantrópicas [administradas pela iniciativa privada], geridas pelo estado ou pela prefeitura. A Secretaria de Saúde do Estado informou que não há informações sobre unidades ligadas ao estado participando da paralisação e somente no final da tarde um levantamento deve ser divulgado. Já a Secretaria Municipal de Saúde informou em nota que de fato houve uma redução de 20% no valor repassado para as clínicas conveniadas, mas que essa ação ocorreu exclusivamente no mês de abril de 2011, "com o objetivo de equacionar um déficit financeiro do momento".



Conclusão:

“Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá”, já dizia Gonçalves Dias em um dos seus famosos versos românticos onde demonstra sua imensa admiração pela paisagem do nosso país um lugar tão belo, mas com tantos problemas onde um dos principais é a precariedade da saúde pública, o caos no atendimento da população de baixa renda, com equipamentos sucateados ou inexistentes e a escassez de medicamentos, que fazem parte da realidade dos hospitais brasileiro.

Será que só porque e público e para atender a população carente, não faz parte do Plano de Governo como prioridade? O que presenciamos constantemente em relação à saúde publica no Brasil, são pessoas morrendo dentro dos hospitais, por falta de socorro médico, leitos insuficientes para atender a tanta demanda e até escassez de material de consumo para proteger a saúde da população.

Esta é uma dura realidade que coloca em suspeição a eficiência e eficácia do SUS (Sistema Único de Saúde). A situação fica ainda pior com a super lotação dos hospitais do interior dos estados, com condições precárias bem piores do que nas capitais, acabam por transferir para leitos hospitalares das cidades que mal possuem abrigo para a demanda já existente e com isso acabam provocando aglomeração nos corredores com macas improvisadas (a maioria das vezes nem isso se encontra), a espera de um atendimento.

Médicos são injustamente responsabilizados pela má condição de atendimento, mas estes são obrigados a acumular uma carga horária exaustiva acumulando vários empregos para poderem viver dignamente e recompensar o investimento na sua formação.

A política de governo aplicada para a saúde pública no país, pelo atual presidente e pelos governadores de estados, é de total “descaso”, pois investir em “SAÚDE” e “EDUCAÇÃO de “QUALIDADE” não atrai votos no período eleitoral. E muitos alimentam a cultura que basta distribuir alguns sacos de cimentos e alguns blocos para a construção de um “puxadinho” que não sai tão caro se manter a promessa de saúde e educação de qualidade.

A voz de quem sofre com o apagão da saúde pública a de ser mais forte que dos cansados que sofreram com o apagão aéreo . Os necessitadosda saúde estão cansados, mas não têm a quem recorrer, e ainda tem que batalhar todo o dia pra conseguir mais uma consulta. Diante desta realidade - que não é vista como novidade, mas como um problema que já se tornou crônico e exige solução rápida - quem mais sofre é a população carente, que depende exclusivamente dos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde).